Tênebra#15 220!
Não é voltagem: é o número de histórias que já publicamos em nossa biblioteca digital
Olá, cara leitora, caro leitor de Tênebra!
O mês que acaba de terminar trouxe uma nova e importante marca para nós. Chegamos a 220 narrativas publicadas desde outubro de 2021, quando Tênebra foi ao ar. O número nos enche de orgulho e energia para continuarmos o trabalho — e bota trabalho nisso, porque temos uma quantidade ainda maior de textos a serem publicados. À medida que seguimos com nossas pesquisas em hemerotecas e outros espaços, vamos achando mais e mais obras que são corpus para a nós, isto é, narrativas que contenham uma porção significativa de sombras. E a maioria é de autoras e autores que hoje são totalmente desconhecidos; mas há também títulos de nomes importantes da literatura brasileira.
Nossas publicações de junho representam essa face dupla de Tênebra. Tivemos contos de autores de renome, como Júlia Lopes de Almeida e Leonel de Alencar, irmão mais novo de José de Alencar. Mas também publicamos histórias de Yara do Rio (pseudônimo de Heloisa Leal da Costa) e João de Sousa Martins, sobre quem há bem poucas informações disponíveis.
Além das obras de ficção, como de costume recomendamos estudos que servem de apoio às leituras: um artigo e uma dissertação de mestrado. O artigo é “Paisagens noturnas: ficção, lenda e história nas narrativas sertanejas de Coelho Neto”, de Luciana Murari, publicado em 2015. Nele, a autora observa as “paisagens noturnas” das narrativas regionalistas de Coelho Neto, marcadas pelo sobrenatural e pela violência. O descritivismo, característico da prosa do maranhense, magnificaria os aspectos sensoriais das espacialidades e contribuiria para a expressão da sensibilidade dos narradores.
Já a dissertação é de autoria de Hélder Brinate Castro e intitula-se “Poética gótica e prosa regionalista: o caso de O Reino Encantado (1878), de Araripe Júnior”. Defendido em 2020, o trabalho aponta para os laços existentes entre a poética gótica e a produção regionalista brasileira, especialmente a partir do romance O Reino Encantado: crônica sebastianista, publicado, em 1878, por Araripe Júnior. Um dos tópicos de análise do trabalho é a ficcionalização dos movimentos messiânicos, elemento central da obra analisada. Ao longo dos capítulos, o pesquisador ressalta diversos elementos de uma narrativa terrível, tais como a construção do arraial de Pedra Bonita como um locus horribilis; a construção de uma visão de mundo apocalíptica no livro; a representação de sebastianistas como monstros; e a violência nas demonstrações de devoção das personagens.
E agora, vamos à lista dos contos publicados em junho, para que você consiga acessá-los facilmente:
Semana 1:
“A boca da sereia”, publicado em 1949 por João de Sousa Martins (dados biográficos não encontrado)
Sinopse: Erna, uma mulher marcada pela tragédia e pela guerra, encontra um breve renascimento ao banhar-se em uma piscina natural. Um polvo sorrateiro, porém, dará um trágico desfecho a história.
Semana 2:
“Incógnita”, publicado em 1903 por Júlia Lopes de Almeida (1862 - 1934)
Sinopse: Um homem fica profundamente perturbado ao ver o cadáver de uma jovem suicida no necrotério, e passa a ser assombrado pelas dúvidas: quem era e por que ela se matara?
Semana 3:
“Assombrações”, publicado em 1929 por Yara do Rio (Heloisa Leal da Costa) (1898 - 1986)
Sinopse: Durante uma tempestade, quatro caçadores e seu guia encontram abrigo em um rancho mal-assombrado. O guia conta sobre o fantasma de Zé Matuto, enquanto o doutor Hilário narra sua experiência fantasmagórica com a "Cruz do Patrão".
Semana 4:
“A confissão de um suicida”, publicado em 1853 por Leonel de Alencar (1832 - 1921)
Sinopse: Incestos, parricídios e fratricídios costuram esse rocambolesco conto gótico, em que um velho suicida se confessa no leito de morte.
É isso! Em agosto estaremos de volta, rumo aos 230 títulos publicados.
Boas leituras para você.
Um abraço,
Júlio França e Oscar Nestarez